terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A realidade da Educação em Minas Gerais

Em resposta ao Editorial de Política do Jornal Hoje em Dia, 13/12/11


É necessário conhecer a realidade da educação pública mineira para entender os motivos da greve realizada pelos profissionais da educação em 2011, assim como as realizadas em 2008 e 2010.

A categoria foi submetida a um processo de empobrecimento, a uma sistemática de desvalorização do seu tempo de dedicação à escola pública e a uma política de carreira com pouca perspectiva de futuro.

Os programas implementados na área da educação também não atingem o conjunto do estado, o que faz com que tenham pouca interferência na realidade pedagógica da escola, como o professor da família, o ensino profissionalizante e a escola de tempo integral.

Diante desta realidade, os alunos, pais e profissionais da educação já estão sacrificados. A greve foi o último recurso para tentar mudar esta realidade.

Como foi amplamente divulgado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), deve ser do seu conhecimento o Termo de Acordo assinado pelo Governo do Estado e que não foi cumprido. Ao contrário, a lei estadual 19.837/11 estabeleceu um congelamento da carreira até o ano de 2016 e uma política de suposta valorização do tempo de serviço onde o servidor precisará de 42 anos de trabalho para finalizar sua carreira. Além disso, a composição do subsídio agrega verbas além do que foi estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal para composição do Piso Salarial Profissional Nacional. Por tudo isso, permanece a insatisfação da categoria.

A forma como o processo de reposição da carga horária do aluno é conduzida pelo Governo não
tem nenhuma defesa do direito do aluno, tem sido instrumento apenas de punição do trabalhador.

Por fim, uma última observação. O nosso Congresso foi definido como estratégia de mobilização da categoria, votado por ampla maioria pelo Comando Estadual de Greve que continuou reunindo, mesmo após a suspensão do movimento. Por isso a idéia de que as lideranças não se entendem traz uma idéia de divisão que não existe no movimento.

É necessário que o governo estabeleça um processo sério de negociação. Negociar pressupõe que
as partes cedam e cheguem ao que é possível para ambos. Nós cedemos quando aceitamos o valor do Piso Nacional, a sua proporcionalidade e mesmo um parcelamento da sua implantação na carreira. Quando um lado impõe sua vontade ao outro, ou mesmo quando suspende o processo de negociação e não cumpre o que foi acordado - que foi a postura adotada pelo Governo do Estado, a relação continua conflituosa. E desta forma todos perdem. Não há vencedores, mesmo que o Governo do Estado gaste milhões de reais em recursos públicos em campanhas publicitárias para tentar construir outra idéia.

10 comentários:

Anônimo disse...

Beatriz é com certeza o momento de maior descrença da politica que estamos vivendo.Entretanto temos que pensar em metas inteligentes para apagar este painel de safadeza geral.Não sei o que "eles" estão supondo,pois a mim,me parece que entendem tanto de política democrata como falar chinês...mas..porém..."água mole em pedra dura tanto bate até que fura"....

Abreu disse...

Bia,

Muito boa a sua resposta ao artigo do hoje em dia.
precisamos nos fortalecer e fazer o enfrentamento com este governo e com a midia que com rarissima excecÒES NÃO NOS AJUDA EM NADA.
lembre a eles o assédio que nós profissionais da educacão estamos sofrendo dentro das escolas devido a nossa greve.
Continuemos na luta, e seremos vencedores.

Clayton Coelho disse...

Beatriz,
Vários professores estão ligando e se dirigindo ao PSIU para protocolar um pedido de restituição da contribuição saúde IPSEMG. O que de fato é verdade? Qual a orientação vocês têm sobre essa ação?? Seria possível no site do sindute ou no seu blog deixar alguma orientação para os trabalhadores em educação??

Anônimo disse...

É acho isso uma pura realidade, mais tenho em vista uns professores que estão pensando mais no dinheiro, do que no aluno.Que tinha que ser também destacado nessa greve é não foi.
estudo na Escola Estadual Professora Inês Geralda De Oliveira essa é a minha critica contra a ''greve''dos prof(...)

Taty disse...

O que podemos fazer para tentar reverter essa situação.Pois,vejo lamentações,choros,ecos e silencios,mas até agora nenhuma atitude ativa contra este governo FDP.

Anônimo disse...

E as ações na justiça? Será ainda este ano? Temos que agir rápido no campo jurídico e com boa argumentação. Temos que, ao menos, reconquistar o nosso direito adquirido como biênios e quinquênios. Demoramos décadas para conquistá-los e apenas uma noite de votação para perdê-los. Espero que o sindicato tenha a mesma rapidez com as ações jurídicas que o governo teve para nos roubar o direito adquirido. Segundo a constituição federal não se pode prejudicar o direito adquirido né, nos obrigar a ir pro subsídio até já seria aceitável contanto que os nossos biênios e quinquênios pudessem continuar, além do direito de continuar pedindo-os. Quero até ver o que os juízes federais do STF vão falar sobre esta questão do direito adquirido que nos foi roubado, quero ver se os juízes federais vão contra a constituição.

Professores da Zona da Mata Ponte Nova

Anônimo disse...

Bia, diante dessa nova realidade, em que o subsídio é o modelo único de remuneração faz-se mister começar 2012 - aproveitando o congresso - para traçar os novos rumos das reivindicações: 1º) exigir o posicionamento dos servidores no Grau correspondente ao tempo de serviço prestado, 2º) exigir o retorno dos antigos percentuais de promoção que antes era de 22% e caiu para 10% no subsídio, e progressão que antes era de 3% e que com o subsídio caiu para 2,5% 3º) exigir o 1/3 do tempo extraclasse para a jornada de 24 horas para professores, tempo que só existe teoricamente. E essas exigências através de movimento grevista que ao meu ver é o único meio de pressão. Já que o piso tornou-se um modelo IDEAL e não REAL, resta lutarmos pelos nossos direitos dentro da nova modalidade imposta. É só uma idéia, espero que pense nisso e boa sorte, Bia. Estamos com você.

Anônimo disse...

O governo nos prejudicou mais uma vez. O 13º salário é uma média dos pagamentos ao longo do ano. No entanto, ele está pagando de 13º o mesmo valor do salário de novembro, já reduzido após as opções pelo retorno ao sistema de vencimentos. Ou seja, os meses que recebemos pelo subsídio deveriam ter sido computados no cálculo para fazer a média do ano, mas isto ele não fez, para nos pagar a menos. É mole ou quer mais. Até nesta hora este governo déspota aplica um confisco ao nosso dinheiro já tão minguado. O sindicato devia exigir o recálculo e o pagamento da diferença.
att
marcia cristina

marc disse...

HOJE É P/ MIM O PIOR DIA DA MINHA VIDA! ACABEI DE OLHAR MEU CONTRACHEQUE E DESCOBRIR Q ELE Ñ VEIO PROPORCIONAL AOS DESCONTOS (JANEIRO - DEZEMBRO). CONTRIBUI ATÉ O MES DE AGOSTO COM UM SALARIO DE 1320 E OS MESES DE SETEMBRO - DEZEMBRO COM UM SALARIO DE 935... QDO OLHEI MEU CONTRACHEQUE ..... VOU RECEBER 831...... Q VIDA!!! Ñ SEI O Q PENSAR!!!

Anônimo disse...

Beatriz ontem pela manhã estive vendo um retrospecto de vida do nosso supremo administrador.Nunca na vida exerceu política...nunca se sociabilizou como pessoa.Está onde está pela cabeça de um só...daí o seu desequilíbrio para lidar com gente...cabe a nós mudarmos a tática de exposição das atitudes do referido que não precisa ser psicólogo para ver que não são normais.