As pessoas estão indignadas, mas a prática de representantes do governo é para a construção de uma cultura do medo, que tudo se resolve com processo administrativo e que a retirada de direitos é algo irreversível. Lutamos arduamente contra esta situação.
Por isso, a coragem dos trabalhadores em educação de Jaíba precisa não apenas ser registrada mas amplamente divulgada para que situações semelhantes sejam denunciadas.
A perseguição à categoria chegou ao cúmulo de um perito em Janaúba se achar no direito de questionar o servidor durante o atendimento sobre a sua participação no movimento do sindicato. A Superintendência Regional de Janaúba tem o maior número de processos adminstrativos disciplinares abertos sem qualquer fundamentação, como por exemplo a situação de uma Auxiliar de Serviços da Educação Básica que é acusada de "boicotar o Proeb" ou a professora que não apenas aplicou a prova como incentivou os alunos a comparecerem à escola e hoje também responde por "boicote ao Proeb".
Por isso a coragem dos colegas venceu a cultura do medo da Superintendente e o estado soube de todo o sofrimento que a nossa categoria está vivendo.Acompanhe a notícia sobre a Audiência Pública.
Trabalhadores/as em
educação denunciam
Superintendente
Regional de Janaúba por perseguição
Perseguição aos trabalhadores, assédio moral e processos administrativos
sem fundamentação técnica, intervenção política no processo de escolha das
direções de escola, precariedade no transporte escolar, fusão de turmas e
organização de turmas multisseriadas. Estas foram algumas das denúncias que
os/as trabalhadores em educação apresentaram na audiência
pública realizada dia 14/5, pela Comissão de Administração
Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), contra a
Superintendente Regional de Ensino de Janaúba, Maria Eni Santos Froes, que não
compareceu a reunião.
A audiência pública foi solicitada por requerimento do deputado
estadual Rogério Correia (PT) a pedido do Sind-UTE MG. Participaram da reunião
a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a coordenadora da
subsede do Sind-UTE em Jaíba, Andréa Eloiza Barbosa da Silva, o assessor de
Relações Institucionais da Secretaria de Estado da Educação, Felipe Moraes, que
na ocasião representava a secretária de Estado da Educação, além de educadores/as
da cidade de Jaíba e representantes da comunidade escolar.
Na oportunidade, Beatriz Cerqueira citou os principais
problemas vivenciados pela categoria em Janaúba, Jaíba, Espinosa, Rio Pardo e
região. Entre eles está a denúncia de que os profissionais responsáveis pela perícia
médica na cidade têm utilizado o momento dos exames para questionar os
educadores que aderiram à greve, com o claro objetivo de intimidá-los e fazer
uma discussão ideológica, na tentativa de desqualificar o movimento da
categoria.
Ainda de acordo com Beatriz Cerqueira, foram instaurados
processos administrativo disciplinares contra os profissionais sem qualquer
fundamento, como por exemplo o caso de educadores/as que não fizeram a
reposição dos dias paralisados, pois estavam de licença médica e mesmo assim,
foram punidos com processo administrativo. Também citou o caso de trabalhadores/as de Jaíba que ocupam dois
cargos no Estado. “Conforme acordo estabelecido com a Secretaria de Estado da
Educação, caso ocorresse a reposição simultânea em duas escolas o professor
faria a reposição em apenas um cargo e seria anistiado no outro cargo. Mesmo
com o acordo em vigor, os profissionais foram punidos numa clara ação de
perseguição.
A coordenadora da subsede do Sind-UTE em Jaíba, Andrea
Eloiza Barbosa da Silva, relatou a prática de assédio moral contra os profissionais da região, estreitamento de relações com
políticos para perseguir professores e omissão diante do aumento da
violência nas escolas da localidade. “É imprescindível que as denúncias
sejam apuradas. Isso porque é uma situação de perseguição direta da
Superintendência contra a categoria”. A sindicalista entregou aos parlamentares
um dossiê com todas as informações sobre os problemas vivenciados na
localidade.
Avaliação – Os trabalhadores/as cobraram
ações. “A audiência cumpriu o papel de denunciar a situação, mas agora é necessário que
medidas efetivas sejam adotadas”, destacou o professor de Jaíba, José Antônio
de Paiva Marcos.
A Professora da Escola Estadual Zoe Machado, Maria
Aparecida da Silva Oliveira, destacou a importância da audiência. “A nossa
expectativa é que essa audiência traga resultados positivos para o nosso cotidiano,
nos possibilitando desempenhar um trabalho com mais tranquilidade e eficiência”.
Quem também defendeu uma mudança de conduta da
Superintendência é a vice-diretora da Escola Estadual Professora Clara Menezes,
Luciene Bispo de Lima. “É necessário que a Superintendência mude a sua forma de
relacionamento com os/as educadores/as. Precisamos de mais diálogo para reverter
essa situação e priorizarmos um ensino público de qualidade em nossa região.”
Apoio da comunidade
escolar – E não
foram só os educadores/as
que manifestaram indignação diante da postura da
Superintendente na audiência. Reginalda Aparecida Caetano, mãe de Francinny
Caetano Silva, aluna do 5º ano da Escola Estadual Zoe Machado, compareceu para
manifestar o seu apoio à classe trabalhadora. “Eu e minha filha acompanhamos a
perseguição da Superintendente contra os professores/as. As reivindicações que
os pais encaminham à Superintendência, por meio dos/as educadores/as, nunca são
atendidas e isso é prejudicial para o aprendizado dos nossos filhos”.
Ao final da reunião ficou definido que o dossiê com todas as
informações sobre os problemas vivenciados na localidade e os relatos ali
colhidos seriam encaminhados ao governador do Estado de Minas Gerais, Antonio
Anastasia, e à Secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Gazzola.
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