sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quando a coragem venceu o medo

As pessoas estão indignadas, mas a prática de representantes do governo é para a construção de uma cultura do medo, que tudo se resolve com processo administrativo e que a retirada de direitos é algo irreversível. Lutamos arduamente contra esta situação.
Por isso, a coragem dos trabalhadores em educação de Jaíba precisa não apenas ser registrada mas amplamente divulgada para que situações semelhantes sejam denunciadas.
A perseguição à categoria chegou ao cúmulo de um perito em Janaúba se achar no direito de questionar o servidor durante o atendimento sobre a sua participação no movimento do sindicato. A Superintendência Regional de Janaúba tem o maior número de processos adminstrativos disciplinares abertos sem qualquer fundamentação, como por exemplo a situação de uma Auxiliar de Serviços da Educação Básica que é acusada de "boicotar o Proeb" ou a professora que não apenas aplicou a prova como incentivou os alunos a comparecerem à escola e hoje também responde por "boicote ao Proeb".
Por isso a coragem dos colegas venceu a cultura do medo da Superintendente e o estado soube de todo o sofrimento que a nossa categoria está vivendo.Acompanhe a notícia sobre a Audiência Pública.

Trabalhadores/as em educação denunciam
Superintendente Regional de Janaúba por perseguição

Perseguição aos trabalhadores, assédio moral e processos administrativos sem fundamentação técnica, intervenção política no processo de escolha das direções de escola, precariedade no transporte escolar, fusão de turmas e organização de turmas multisseriadas. Estas foram algumas das denúncias que os/as trabalhadores em educação apresentaram na audiência
pública realizada dia 14/5, pela Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), contra a Superintendente Regional de Ensino de Janaúba, Maria Eni Santos Froes, que não compareceu a reunião.

A audiência pública foi solicitada por requerimento do deputado estadual Rogério Correia (PT) a pedido do Sind-UTE MG. Participaram da reunião a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a coordenadora da subsede do Sind-UTE em Jaíba, Andréa Eloiza Barbosa da Silva, o assessor de Relações Institucionais da Secretaria de Estado da Educação, Felipe Moraes, que na ocasião representava a secretária de Estado da Educação, além de educadores/as da cidade de Jaíba e representantes da comunidade escolar.

Na oportunidade, Beatriz Cerqueira citou os principais problemas vivenciados pela categoria em Janaúba, Jaíba, Espinosa, Rio Pardo e região. Entre eles está a denúncia de que os profissionais responsáveis pela perícia médica na cidade têm utilizado o momento dos exames para questionar os educadores que aderiram à greve, com o claro objetivo de intimidá-los e fazer uma discussão ideológica, na tentativa de desqualificar o movimento da categoria.

Ainda de acordo com Beatriz Cerqueira, foram instaurados processos administrativo disciplinares contra os profissionais sem qualquer fundamento, como por exemplo o caso de educadores/as que não fizeram a reposição dos dias paralisados, pois estavam de licença médica e mesmo assim, foram punidos com processo administrativo. Também citou o caso de  trabalhadores/as de Jaíba que ocupam dois cargos no Estado. “Conforme acordo estabelecido com a Secretaria de Estado da Educação, caso ocorresse a reposição simultânea em duas escolas o professor faria a reposição em apenas um cargo e seria anistiado no outro cargo. Mesmo com o acordo em vigor, os profissionais foram punidos numa clara ação de perseguição.

A coordenadora da subsede do Sind-UTE em Jaíba, Andrea Eloiza Barbosa da Silva, relatou a prática de assédio moral contra os profissionais da região, estreitamento de relações com políticos para perseguir professores e omissão diante do aumento da violência nas escolas da localidade. “É imprescindível que as denúncias sejam apuradas. Isso porque é uma situação de perseguição direta da Superintendência contra a categoria”. A sindicalista entregou aos parlamentares um dossiê com todas as informações sobre os problemas vivenciados na localidade.

Avaliação – Os trabalhadores/as cobraram ações. “A audiência cumpriu o papel de denunciar a situação, mas agora é necessário que medidas efetivas sejam adotadas”, destacou o professor de Jaíba, José Antônio de Paiva Marcos.

A Professora da Escola Estadual Zoe Machado, Maria Aparecida da Silva Oliveira, destacou a importância da audiência. “A nossa expectativa é que essa audiência traga resultados positivos para o nosso cotidiano, nos possibilitando desempenhar um trabalho com mais tranquilidade e eficiência”.

Quem também defendeu uma mudança de conduta da Superintendência é a vice-diretora da Escola Estadual Professora Clara Menezes, Luciene Bispo de Lima. “É necessário que a Superintendência mude a sua forma de relacionamento com os/as educadores/as. Precisamos de mais diálogo para reverter essa situação e priorizarmos um ensino público de qualidade em nossa região.”

Apoio da comunidade escolar – E não foram só os educadores/as
que manifestaram indignação diante da postura da Superintendente na audiência. Reginalda Aparecida Caetano, mãe de Francinny Caetano Silva, aluna do 5º ano da Escola Estadual Zoe Machado, compareceu para manifestar o seu apoio à classe trabalhadora. “Eu e minha filha acompanhamos a perseguição da Superintendente contra os professores/as. As reivindicações que os pais encaminham à Superintendência, por meio dos/as educadores/as, nunca são atendidas e isso é prejudicial para o aprendizado dos nossos filhos”.

Ao final da reunião ficou definido que o dossiê com todas as informações sobre os problemas vivenciados na localidade e os relatos ali colhidos seriam encaminhados ao governador do Estado de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e à Secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Gazzola.



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