sábado, 6 de outubro de 2012

ELEIÇÃO E EDUCAÇÃO


Em ano de eleição todo político defende a educação. Encontramos propostas relacionadas à valorização da categoria, por mais vagas na escola, construção de prédios, etc. Em todos os discursos é recorrente o reconhecimento desta política pública e da importância de seus profissionais.

 

Mas quando as eleições terminam, os profissionais da educação continuam desrespeitados e desvalorizados. A escola continua com salas superlotadas, faltam vagas e diálogo, mas sobram decretos e resoluções impostos sem o necessário diálogo com a comunidade escolar.

 

Ao mesmo tempo, a forma como os fatos políticos são tratados neste período, constrói a idéia de que a política é o lugar da corrupção, que todos os políticos são igualmente corruptos e que, portanto, não faz muita diferença entre este ou aquele candidato. E aí a trajetória do candidato em quem votamos passa a não ter importância. Como também ignoramos o que ele já fez ou deixou de fazer, quem financia a sua campanha,  quem o apóia e o que este apoio representa num cenário maior que o município.

 

Nos últimos dias vi uma intensificação de agendas no interior do estado de visitas do Governador. O mesmo que não tem tempo para discutir os problemas da educação e que, em dois anos de gestão, não gastou nem um segundo da sua agenda para ouvir e negociar com a categoria. Vi um grande investimento político para que os candidatos apoiados pelo projeto do governo do estado fossem vitoriosos. Deste resultado dependem os arranjos para 2014. A vitória deste projeto nos municípios reforça o projeto estadual.

 

Também vi uma atuação de denúncia e resistência. Em Itaúna, por exemplo, alguns profissionais da educação fizeram manifestação diante dos ataques que o deputado/candidato a prefeito fez contra a categoria e o sindicato. Vale a pena ver o vídeo feito pela sua assessoria onde ele explica porque votou a favor da lei estadual 19.837/11 que prejudicou a educação. O que ele fala não tem nada a ver com o conteúdo do projeto. Ele votou sem conhecer a nossa realidade, assim como tantos outros. Em João Monlevade e Montes Claros, a visita do Governador foi motivo para mobilização e denúncias.

 

Somos uma categoria guerreira, capaz de fazer grandes lutas, muitos enfrentamentos e não desistimos de uma educação de qualidade (esta é a única razão para o estado ter algum bom indicador de qualidade). Mas desconectamos esta luta da nossa participação na vida política do estado, escolhemos e apoiamos políticos que votam contra a categoria e que nos desrespeitam. Quando estes políticos sentirem que o seu posicionamento contra a educação e seus profissionais terá impacto direto na sua carreira e tiver ameaçada sua eleição ou reeleição... Precisamos relacionar a nossa luta com a participação política e escolha de candidatos e candidatas em eleições.


Nem todo político é igual, nem todo candidato é corrupto. Há homens e mulheres honestos, com belas histórias de vida e que fazem da política um instrumento a serviço da vida e da transformação social. São estes que merecem o nosso voto. Somos uma categoria que tem contato direto e diário com a população, atuamos com mais de 3 milhões de famílias. Temos um grande poder de formação política e de denúncia. Por isso enfrentamos a pedagogia do medo na rede estadual com tantas perseguições, processos administrativos e até a proibição das escolas estaduais realizassem debates com candidatos.


Mas para a pedagogia do medo, nosso mestre já profetizou a pedagogia da esperança. E são os bons políticos que nos ajudam a ter esperança em dias melhores. Não podemos deixar que eles sejam derrotados pelos que fazem da política um instrumento de enriquecimento pessoal e subserviência às forças conservadoras do estado.

Que neste 7 de outubro sejam eleitas pessoas do povo, comprometidos com projetos coletivos, com uma sociedade mais justa, defensoras de uma educação pública de qualidade e de seus profissionais, que estiveram ao nosso lado em nossas lutas.

Um comentário:

Alexandre disse...

Beatriz você não acha que deveria ser feita uma pesquisa para ver quantas pessoas, que estão na lei 100 realizaram o concurso, porque pelo que parecesse ainda bem que vários te ouviram e realizaram o concurso, acho que deve dar uns 80%. Fica já um problema bem reduzido, que analisando novamente acho que apos colocar os concursados, se a lei do 1/3 da jornada for cumprida dá para colocar todo mundo.