Em
ano de eleição todo político defende a educação. Encontramos propostas
relacionadas à valorização da categoria, por mais vagas na escola, construção
de prédios, etc. Em todos os discursos é recorrente o reconhecimento desta
política pública e da importância de seus profissionais.
Mas
quando as eleições terminam, os profissionais da educação continuam
desrespeitados e desvalorizados. A escola continua com salas superlotadas,
faltam vagas e diálogo, mas sobram decretos e resoluções impostos sem o
necessário diálogo com a comunidade escolar.
Ao
mesmo tempo, a forma como os fatos políticos são tratados neste período,
constrói a idéia de que a política é o lugar da corrupção, que todos os políticos
são igualmente corruptos e que, portanto, não faz muita diferença entre este ou
aquele candidato. E aí a trajetória do candidato em quem votamos passa a não
ter importância. Como também ignoramos o que ele já fez ou deixou de fazer,
quem financia a sua campanha, quem o
apóia e o que este apoio representa num cenário maior que o município.
Nos
últimos dias vi uma intensificação de agendas no interior do estado de visitas
do Governador. O mesmo que não tem tempo para discutir os problemas da educação
e que, em dois anos de gestão, não gastou nem um segundo da sua agenda para
ouvir e negociar com a categoria. Vi um grande investimento político para que
os candidatos apoiados pelo projeto do governo do estado fossem vitoriosos.
Deste resultado dependem os arranjos para 2014. A vitória deste projeto nos
municípios reforça o projeto estadual.
Também
vi uma atuação de denúncia e resistência. Em Itaúna, por exemplo, alguns
profissionais da educação fizeram manifestação diante dos ataques que o
deputado/candidato a prefeito fez contra a categoria e o sindicato. Vale a pena
ver o vídeo feito pela sua assessoria onde ele explica porque votou a favor da
lei estadual 19.837/11 que prejudicou a educação. O que ele fala não tem nada a
ver com o conteúdo do projeto. Ele votou sem conhecer a nossa realidade, assim
como tantos outros. Em João Monlevade e Montes Claros, a visita do Governador
foi motivo para mobilização e denúncias.
Somos
uma categoria guerreira, capaz de fazer grandes lutas, muitos enfrentamentos e
não desistimos de uma educação de qualidade (esta é a única razão para o estado
ter algum bom indicador de qualidade). Mas desconectamos esta luta da nossa
participação na vida política do estado, escolhemos e apoiamos políticos que
votam contra a categoria e que nos desrespeitam. Quando estes políticos
sentirem que o seu posicionamento contra a educação e seus profissionais terá
impacto direto na sua carreira e tiver ameaçada sua eleição ou reeleição... Precisamos
relacionar a nossa luta com a participação política e escolha de candidatos e
candidatas em eleições.
Nem
todo político é igual, nem todo candidato é corrupto. Há homens e mulheres
honestos, com belas histórias de vida e que fazem da política um instrumento a
serviço da vida e da transformação social. São estes que merecem o nosso voto.
Somos uma categoria que tem contato direto e diário com a população, atuamos
com mais de 3 milhões de famílias. Temos um grande poder de formação política e
de denúncia. Por isso enfrentamos a pedagogia do medo na rede estadual com
tantas perseguições, processos administrativos e até a proibição das escolas
estaduais realizassem debates com candidatos.
Mas
para a pedagogia do medo, nosso mestre já profetizou a pedagogia da esperança. E
são os bons políticos que nos ajudam a ter esperança em dias melhores. Não podemos
deixar que eles sejam derrotados pelos que fazem da política um instrumento de
enriquecimento pessoal e subserviência às forças conservadoras do estado.
Que
neste 7 de outubro sejam eleitas pessoas do povo, comprometidos com projetos
coletivos, com uma sociedade mais justa, defensoras de uma educação pública de
qualidade e de seus profissionais, que estiveram ao nosso lado em nossas lutas.
Um comentário:
Beatriz você não acha que deveria ser feita uma pesquisa para ver quantas pessoas, que estão na lei 100 realizaram o concurso, porque pelo que parecesse ainda bem que vários te ouviram e realizaram o concurso, acho que deve dar uns 80%. Fica já um problema bem reduzido, que analisando novamente acho que apos colocar os concursados, se a lei do 1/3 da jornada for cumprida dá para colocar todo mundo.
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