Quando foi anunciado que o Brasil sediaria a
Copa do Mundo de Futebol em 2014, o sentimento em todo o país foi de orgulho.
Finalmente o mundo reconhecia a nossa importância neste esporte. O anúncio de
que sediaríamos as Olimpíadas de 2016 consagrou este orgulho.
Além do investimento em estrutura, o governo federal criou
programas visando estimular a prática de esportes como o
Programa Atleta na Escola, lançado pelo Ministério da Educação
(MEC), com o objetivo de descobrir, entre os alunos novos, talentos e
transformá-los em atletas.
Várias experiências já divulgadas demonstram que o esporte
serve como instrumento de resgate social de crianças e adolescentes em situação
de risco, contribui para a socialização, o respeito às regras, o aprendizado
sobre a tolerância, quando queremos
ganhar e acabamos perdendo.
Na escola, a
Educação Física hoje tem valor igual aos demais componentes
curriculares na escola, abandonando o entendimento de ser apenas uma atividade
recreativa. Está no rol dos direitos das crianças e adolescentes a uma educação
de qualidade.
O nosso famoso Mineirão será um dos estádios que sediará
jogos da Copa do Mundo e da Copa das Confederações. Recebeu milhões de reais em investimentos para
melhoria de sua estrutura. Mas, enquanto o Governo do Estado investe em
estádio, ele retira mais de 15 mil professores de Educação Física e Ensino
Religioso das turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
O argumento apresentado pela Secretaria de Estado de Educação
é que a disciplina de Educação Física, no início da escolarização da criança,
deve ser ministrada pelos mesmos professores que já são responsáveis pelos
demais conteúdos curriculares. A Secretaria voltou à década de 70 para defender que,
no início do Ensino Fundamental, a criança somente terá um professor. Com isso,
ela ignora inúmeras experiências bem sucedidas de trabalho com mais de um
professor nesta etapa do ensino.
Como o nome nos alerta, “anos iniciais” significa o
início, é o primeiro momento da criança na escola. É neste período que se forma,
na escola, a base da criança, na alfabetização, nos conceitos matemáticos, nos
valores de respeito, na socialização e também no gosto pelo esporte. Educação Física
não é mera recreação, precisa de professores com formação específica para
possibilitar que esta disciplina cumpra seu objetivo. Mas é nesta etapa que o
governo mineiro sonega o direito da criança e proíbe que ela tenha aulas de
educação física. Terá apenas recreação.
A medida trouxe inúmeros problemas como a sobrecarga de
trabalho das professoras responsáveis por estas turmas, a demissão imotivada de
professores contratados no início do ano letivo, professores de Educação Física
sendo obrigados a assumir outras disciplinas como geografia, por exemplo.
Todas as tentativas de diálogo com a Secretaria de
Educação foram ineficazes. Até Audiência Pública realizada pela Assembleia
Legislativa já aconteceu e
a Secretaria permanece inerte. Com esta política seremos bons
anfitriões para os eventos esportivos, mas, não formaremos uma cultura pelo
esporte em nosso Estado. É o governo de Minas investindo na ignorância.
2 comentários:
Olá Beatriz,
Gostaria que o sindicato se posicionasse quanto a antecipação de tutela. O que devemos fazer? Questionei meu diretor e ele disse que não tem nada de orientação. Ao contrário recebemos a "cartinha" da GAZZOLA com mais e mais mentiras. Conversando com alguns colegas estes sugerirem fazermos um requerimento solicitando que seja cumprida a Antecipação de Tutela. Como podemos fazer? Aguardo
Gostaria que vocês do sin-dUTE, fizessem uma apreciação do PiBid - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência que dá R$ 400 para estudantes de licenciatura, do programa do MEC "Quero Ser Professor, Quero Ser Cientista". Segundo Mercadante, alunos terão um tratamento diferenciado a partir do 1º ano do Médio e que queiram se formar em Física, Química, Biologia e Matemática. Grata.
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